Livros
A melhor coisa no jornalismo é ser repórter. Aos 48 anos, tive a oportunidade de reviver o início de minha carreira quando acompanhei um grupo de estudantes cariocas no meio da Selva Amazônica. A mesma emoção senti em 2001, quando enveredei pelo Brasil Central para refazer a rota dos pilotos do Correio Aéreo Nacional. Pilotando pequenos aviões, que voavam seguindo o curso dos rios ou o desenho das praias , e somente de dia, sem auxílio de equipamentos, no começo até mesmo sem freios, esses homens criaram o Correio Aéreo Militar, em 1931, que veio a se tornar oficialmente, dez anos depois, o Correio Aéreo Nacional, o CAN. A primeira rota a ser percorrida foi a que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo, em 1931.
Quatro anos depois e muitas linhas após, nascia a maior e a mais importante de todas elas: a Rota do Tocantins, ligando o Rio de Janeiro a Belém do Pará por um trajeto que passava pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, o atual Tocantins, Maranhão e Pará. A saga dos aviadores , Lysias Rodrigues e Soriano de Oliveira, que pela primeira vez desbravaram a Rota do Tocantins começou no dia 14 de novembro de 1935. A nossa saga, no dia 14 de novembro de 2001, quando junto com o fotógrafo Lalo de Almeida e os pilotos Tadeu Gobbi e Isio Bacaleinick ( também o coordenador do projeto) iniciamos uma pesquisa e começamos a nos embrenhar pelos mesmos caminhos, em busca de resgatar o que ainda existia do CAN em bibliotecas, depoimentos, entrevistas, museus, arquivos, e, principalmente, na memória das pessoas daquelas pequenas cidades do Brasil. Desta aventura nasceu o livro Nas Asas do Correio Aéreo, lançado no final de 2002.